Débora Knihs sabia que tinha um desafio complicado na final contra a alemã Helga Balkie, dona do título mundial em 2016. Se a brasileira nascida em Brusque (SC) vai completar quatro anos de treinamento em 2019, a europeia tem mais de 15 anos como karateca. As duas, com comprometimento total da visão, tiveram performances similares. Débora, no entanto, perdeu um pouco da orientação de espaço ao longo da sequência de diagramas. Encerrou a apresentação pela lateral dos tatamis, e não por onde havia começado.
Com isso, na avaliação dos árbitros, melhor para Balkie, que somou 44,9 pontos, contra 43,1 da brasileira. Bronze no Mundial de 2016, na Áustria, Débora subiu um degrau, mas o choro “de raiva” ao fim do campeonato mostra que ela está longe de se sentir acomodada.
“Pelo barulho da arquibancada eu cheguei a pensar que tivesse ganhado, mas preciso treinar mais. Segundo lugar é um degrau importante, mas eu estava aqui para pegar o primeiro. Vou treinar muito mais”, avisou a brasileira.
Na avaliação do técnico de Débora, Valmir Zuza da Cruz, é hora de aceitar o resultado, mas não de se conformar. “Achei que a campeã mereceu. Fez o kata e voltou no lugar certo. Tecnicamente ela tem menos qualidades do que a Débora, mas a Débora se perdeu um pouquinho no caminho. Isso influenciou bastante”, comentou Zuza.
Um dos limitadores do kata de Débora foi ela ter sentido uma contusão no joelho ao longo da preparação. Isso fez com que optasse por uma sequência sem saltos, com menos potencial de “chamar nota”. “Agora voltamos empolgados em treinar com ainda mais foco, em fazer com que ela se torne mais forte, concentrada e trata novos elementos ao kata”, disse Zuza.
fonte: Revista Budô
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